terça-feira, 22 de novembro de 2011

Guerreira Incansável

                                  Guerreira incansável

 

                    Dedicado à minha queridíssima mãe,

                                            Lindaura  Silvério de Sant'Anna

 

Os teus cabelos brancos se curvam diante da tua

prontidão  para as batalhas.


O amor e a sabedoria te fazem despertar a cada manhã, na  incerteza  natural da vida, disposta a transformar desertos em jardins.


Deus não nos permite dominar o mar,   nem os ventos, pois se assim o pudéssemos, infinitos colares de conchas, búzios, peixes e estrelas eu faria para brilhar, como um sol, em tua face matinal.


As conchas e búzios falariam, os peixes teriam vida eterna e as estrelas não cumpririam seus ciclos de vida e morte. Tudo estaria eternizado pelo teu amor.

Tua voz maternal alimenta nossas vidas no inconsútil fio do tempo, nas canções da labuta, na fé consciente e no árduo exercício que em ti tornou-se missão: viver para doar-se.

O tempo enfraquece teu corpo, mas renova o teu espírito de guerreira, de “Rainha dos Mistérios”.

De tanto te amar, sinto que não só meu corpo fora gerado em teu corpo, mas também o meu espírito em teu espírito.

Contenho minhas lágrimas, pois sei que quando partires, sobreviveremos pela eternidade.

Olho para o céu e percebo em cada estrela a esperança da tua chegada. Contemplo nas areias, a dança das conchas, búzios e peixes, todos conduzidos pelo horizonte da tua voz.

E por fim, olho pra minha existência que não se refrataria em arco-íris sem a tua presença infinita.

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